quinta-feira, 8 de setembro de 2011
domingo, 4 de setembro de 2011
duelo
quem tem medo de se cortar
que não empunhe espadas
feridas fazem desenhos na vida
esse é o papel
dá
coragem
outro lado
Noite de Giz - foto Débora Amorim
expor-me ao risco
trapézio sem rede
ou mato
em mim a sede
ou morro
no colo do vento
preciso de você
esteja atento
sexta-feira, 2 de setembro de 2011
pre digo
minha alma
se acostumou com festa
não quer mais isolada grota
mãe que sou
bem sei
logo
logo
ela volta
imagem Web
sopranos
ventos
vorazes
vazios
espaços
devoram
cheios
de tudo
nem
sabem
se
querem
se
têm
mais
lugar
pra
tudo
que
há
na
dança
das
horas
sem
par
vento
não fica
brisa
com folha implica
ventania
obriga a bailar
imagem Web
oração
é que por vezes escrever dói...
é busca por ar
é estancar de hemorragias
é escara de alma
como se estigmatas fossemos
Benta Maldição!
foto Web
vá
não lhe desejo força
e sim coragem
para deixar pra trás
Malas - obra do artista plástico Luiz Philippe
vem estar
ser feita de vento
redemoinho
varrer pensamento
derrubar ninho
sem palavra
sem destino
assovio
desatino
imagem Web
cem dias
sem enfeites
sem metáforas
sem saber se sol ou lua
sem caminhos
sem distâncias
sem peso
sem relevância
foto Pietkra Tebesko Neves
chave mestra
A porta da casa
o trinco
a chave
a fechadura
vão se fechar
Nas paredes
vivas
memórias
tempo
nenhum
há de apagar
foto Web
fora de alcance
Colocaram-me de castigo
esperando o Medo passar.
Mas ele tem passos lentos...
Preciso assustá-lo!
imagem de Anton Semenov
fique
Assim que voltar
a horta já terá sido aguada
o pomar limpo
e a baixada lhe sorrirá em flores!
Escolha temperos
colha os frutos maduros
e ponha flores na jarra.
Ah, abra as janelas!
As cortinas estão com saudades do vento.
PS: pendure no cabide
meu vestido bordado
com todas as horas
que ficou distante.
Todos precisamos tomar ar.
foto Web
sabores
Gosto da palavra ALGOZ.
Da grafia, da boca dando som e movimento às sílabas, da música dos fonemas.
Quando a ouço ou pronuncio
tenho a sensação perigosa (e instigante)
dos punhais e navalhas;
sinto a pressão de lâminas afiadas
passando rente à minha pele
e pressinto o vento frio
que antecede os cortes profundos.
foto Web
adormecendo
Para que a minha mente acorde
é preciso que minha alma silencie.
Poemas são canções de ninar almas.
Logo, é muito provável
que minha mente já tenha espreguiçado, trocado o pijama
e colocado água pra fazer o café.
(Aliás: mentes vestem pijamas
e almas, camisola!)
foto Web
quinta-feira, 1 de setembro de 2011
em sumo consuma
e versos?
têm prazo de validade?
penso que sim.
não escritos me fogem
escorregam
perdem o frescor
a naturalidade
a emoção
o momento
em que são
foto Web
agora ou nunca
sou deserto
sou camelo
sou extremos
o que me propõe é o equilíbrio?!
pois o intenso me atiça
gosto do mergulho
o limiar
a superfície
não me interessam
foto Web
duo elo
quem tem medo de se cortar
que não empunhe espadas
feridas fazem desenhos na vida
esse é o papel
dá
coragem
foto Web
dê sinal
Não perca a carona
nesse vento
que já se anuncia
assoviando músicas e poesia.
É ele que traz
o perfume
de cada flor.
É ele que
bailando
o pólen espalha
meu amor.
imagem Web
almas tecidas ou almas para lavar
Comigo ele reclama
que a cama está desfeita.
Mas minha alma é afeita
a sonhar até mais tarde.
Ou ele está
ou meus pensamentos invade.
Metade Homem
Fantasma a outra.
Pois tire a roupa.
Deite-se logo
comigo.
Não pense
não hesite
faça alarde.
Não espere
que sua pele
se acovarde.
foto Web
portas e partes ("uma história oficial")
Portas...
Cores lavadas
por mãos levadas
se abrem em janelas
se fecham por elas.
Criam espaços
crimes
devassos
por elas passam
tiranos e escravos
mães e meninas.
Lá ficam rastros
pegadas de uma história
oficialmente descontada
encantada
sussurrada
em luz e sons
aspiradores e tambores
TVs e trompetes
ventos e malas cantantes.
Entre as portas
ou distantes
deitam-se sonoros leitos
para falas
nada castas
acordarem
Acordes.
Muda fiquei
olhos secos
de tanto olhar
para não perder o lugar
onde se escondem
o real e o fantástico.
Ah, portas!
Portadora sai
de emoções e pensamentos.
E, em tempo, há tempo
"uma história oficial"
em cartaz até 04 de setembro.
As portas estão abertas!
Entre!
Amigo Tai (Cortejo Cia de Teatro),
não resisti: aquelas portas muito me enfeitiçaram.
alma e olhos d'água, corpo e asas de fogo
É madrugada
de luz meia lua.
A campainha toca.
A rua está nua.
No portão do jardim
diante de mim
o Leitor de Almas.
Convido-o para entrar.
Sentamo-nos no banco
em frente ao canteiro
de margaridas.
Sinto-lhe o perfume
de vento peregrino
mas seu cheiro primeiro
é menino.
Digo que sou singela
tenho a pele macia
minha alma é bacia
e meus olhos cor de vela.
Ele traz estrelas nos bolsos
vidas alheias na mochila
desenhos e pipas presas aos pulsos
e ouvidos de coxia.
E também algumas sementes
de sentimentos complexos
que num canteiro de versos
ele cultiva escondido.
Lá
bem lá nos fundos
atrás do canto dos olhos.
Contido.
Gosto de saber que lê almas
(e que a minha está
sobre sua escrivaninha).
Fico pensando
se alma é infinita
ou se logo termina.
Como ele faz?
Será de olhos fechados
muito quieto e calado?
Ou busca olhares
sinais e letras
em mudas frases
e invisíveis piruetas?
Decerto as decodifica.
Almas lidas em estantes
suspensas por cordas e barbantes.
Alguma em laço de fita?
Almas bailarinas
flores meninas
que à doçura do fruto
querem chegar.
Ele faz sua leitura
e a colheita
enfim se dá.
Mal sabe o Leitor
ter alma própria tão rica
que a alma dos outros
ele modifica.
Um tanto ele colhe
outro tanto
dele fica.
Por isso saí
fui até portão
e no quarto deixei
temores e máscaras
camisola e trapaças
jogadas no chão.
Desejei ter a alma
por ele aberta
e agora a rima
- de todo desperta -
versos valsa
quer brincar.
Pois neste baile de frases
divido-me em fases
sem métrica ou luar.
Danço com as sombras
que eu mesma crio
sem carne
sem cio
pra enfeitiçar.
Sou alma bacia
sou casta e vadia.
É o Leitor quem decide
se plena ou vazia
me quer encontrar.
foto Milena Travassos
internalidades ou batalhas de silêncio
Esperar
é guerra de trincheira
apenas se detém
não se avança.
Estratégia ou covardia?
Problema ou solução?
Há de se ter coragem
de seguir por instinto
por vezes ousadia maior
é desarmar-se.
foto de Pietkra Tebesko Neves
mensagem recebida
Primeiro o puro Vazio
Sereno, pleno de si e do Nada
De súbito, o Encantamento
Depois o céu, a Lua, e todos os sorrisos!
Existem momentos tão singelos e indeléveis
que nos encantam por tempos infinitamente maiores
do que o tempo que eles mesmos demoraram para acontecer...
Especial isso.
imagem Web
sianinha
Hora de voltar
menos letras, mais fonemas
menos pra dentro, menos Lua
mas inteira e pra fora
- Solar.
Misturar
amigos e arte
fazer parte
Casar
imagem Web
a lógica dos lobos
Obra de Fani Bracher
As luas de maio - óleo sobre tela, 73 x 92 cm
as Luas de Maio
me vêm abraçar
na janela
ainda está frio
ainda não é hora
nem há lobos
lá fora
serene
e o céu mire
tome a Lua de espelho
e se enfeite só
por ele
Lobo distante
a farejar calores
Virgem enluarada
a exalar odores
entre eles
o Caçador
que traz a Lua ao Lobo
e faz serenar
nos lençóis da Virgem
Vertigem
E tudo é
ainda tão
desconhecido
Pois é
amigo
assim
se
sonha
Assim
a vida
sinaliza
D-E-C-O-D-I-F-I-C-A
entregar-se
é
fazer parte.
Obra de Fani Bracher
As luas de maio - óleo sobre tela, 73 x 92 cm
as Luas de Maio
me vêm abraçar
na janela
ainda está frio
ainda não é hora
nem há lobos
lá fora
serene
e o céu mire
tome a Lua de espelho
e se enfeite só
por ele
a farejar calores
Virgem enluarada
a exalar odores
o Caçador
que traz a Lua ao Lobo
e faz serenar
nos lençóis da Virgem
Vertigem
E tudo é
ainda tão
desconhecido
Pois é
amigo
assim
se
sonha
Assim
a vida
sinaliza
D-E-C-O-D-I-F-I-C-A
entregar-se
é
fazer parte.
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