(garrafa da artista Fani Bracher)
Nem só de líquidos vive uma garrafa...
(... ou a arte sempre encontra um cais.)
Quando seca a última gota
do mais nobre vinho
ou da pura e mineira
cachaça:
Fani molha seus pincéis
e as cores escorregam
rios trilhos caminhos
formas fios vitrais
E eis que a garrafa
- em seu pleno estado de graça –
deixa de ser garrafa
pra conter um quê a mais
(... ou a arte sempre encontra um cais.)
Quando seca a última gota
do mais nobre vinho
ou da pura e mineira
cachaça:
Fani molha seus pincéis
e as cores escorregam
rios trilhos caminhos
formas fios vitrais
E eis que a garrafa
- em seu pleno estado de graça –
deixa de ser garrafa
pra conter um quê a mais
Piau.
Casa verde, mesa grande sob o caramanchão, tarde de sol e calor. (Às vezes, a visita de uma brisa sonolenta.)
Papo gostoso, recordações, risadas, balanço de rede e sobre a toalha de chita coberta por um plástico grosso: café e potes de tinta. (Vez ou outra, uma manga despencava madura e respingava amarelo-laranja no marrom-ocre do terreiro). Atenta a tudo, ela (a dona da verde casa) conversava, sorria e mergulhava o pincel na lata de solvente.
‘O que quer esta garrafa...? ‘ ‘Pena ter tão poucas cores...’
- pareciam ser seus pensamentos quando o pincel parava, imóvel no ar.
Pra logo depois voltar lépido e arisco em seu movimento de beija-flor (... ou beija-garrafa).
E enquanto ela deixava voar seu fino e leve pincel, a tarde passou sentada à mesa de madeira, entardecendo feliz com Miguelzinho, Lu, Fani e eu.
Volto à casa verde no dia seguinte para me despedir, e qual não foi minha surpresa quando a “garrafa vestida por beija-cores” veio pousar em minhas mãos - ofertada por Fani!
(embora só o objeto já fosse um belo e grande presente, o que ela me deu, extrapolava a matéria:
o “estar presente durante a criação, o se embebedar com o TODO que acompanha este tipo de momento único...”
É guardar ricamente nas cristaleiras da memória: uma completude de cheiros, sons, gostos, cores e carinhos! Inesquecível.)
Gracias, Fani, pela garrafa e tudo de infinito que coube dentro dela!
Papo gostoso, recordações, risadas, balanço de rede e sobre a toalha de chita coberta por um plástico grosso: café e potes de tinta. (Vez ou outra, uma manga despencava madura e respingava amarelo-laranja no marrom-ocre do terreiro). Atenta a tudo, ela (a dona da verde casa) conversava, sorria e mergulhava o pincel na lata de solvente.
‘O que quer esta garrafa...? ‘ ‘Pena ter tão poucas cores...’
- pareciam ser seus pensamentos quando o pincel parava, imóvel no ar.
Pra logo depois voltar lépido e arisco em seu movimento de beija-flor (... ou beija-garrafa).
E enquanto ela deixava voar seu fino e leve pincel, a tarde passou sentada à mesa de madeira, entardecendo feliz com Miguelzinho, Lu, Fani e eu.
Volto à casa verde no dia seguinte para me despedir, e qual não foi minha surpresa quando a “garrafa vestida por beija-cores” veio pousar em minhas mãos - ofertada por Fani!
(embora só o objeto já fosse um belo e grande presente, o que ela me deu, extrapolava a matéria:
o “estar presente durante a criação, o se embebedar com o TODO que acompanha este tipo de momento único...”
É guardar ricamente nas cristaleiras da memória: uma completude de cheiros, sons, gostos, cores e carinhos! Inesquecível.)
Gracias, Fani, pela garrafa e tudo de infinito que coube dentro dela!
foto Adriana Barata
Nenhum comentário:
Postar um comentário