domingo, 30 de agosto de 2015

jardim de sempre-ditas


Saudade de esperar o carteiro
trazendo pessoas dentro de envelopes.

Saudade de abrir o papel com cuidado
e uma certa impaciência.

Ali dentro: o tempo condensado,
a emoção plantada em linhas

brotando em fileiras de frases
perfumando o papel

e dando sabor à palavra
que ávida mordo com os olhos.



Carta do meu pai para mim.


foto Adriana Barata

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