Há poucos dias, uma amiga, profundamente antenada e inserida nas esferas sociais,
econômicas e políticas, me chamou para uma conversa inbox:
“Não
tem medo de te chamarem de alienada????”
Ela me permitiu colar partes da conversa sem que seu nome fosse
citado.
‘Então será Fulana’, eu disse. No caso, preferiu Beltrana. Algo
como lembrar Betânia. Ela é fã da Betânia (somos muitos).
“O
mundo aí pegando fogo e vc falando do mar e de florzinha?”
“amor
platônico?? poema é novooo??? Bofe novo Uhullllll... mas vai rolar???? Quem é o bofe
conta1!!!”
“(...)e
os comprimidos de boro? Fala sério! haushaushauhsuh!!!!!!!!!!! e aí descobriu o
enigna?”
Não, Betânia, digo Beltrana, ainda não matei a charada dos
comprimidos de CLORO. E não, ‘eles’ não falaram! Apenas UM falou por todos.
E também não, não tenho medo de ser julgada. Nem poetisa, nem alienada.
(Nem louca.)
Desde já, digo que não sou nenhuma das duas. (A terceira, bem, é
relativa demais.)
Escrever na forma versificada e usar algumas rimas não faz de
mim uma operária lírica da palavra; tanto quanto não falar do Cunha, não replicar ‘eusouMaju’ ou não arcoirizar minha foto de perfil, (só
para citar alguns exemplos que elenquei para minha rouca Beltrana) - me fazem
menos consciente da minha cidadania (planetária), ou diminuem minha reação de
indignação (ou de festejo).
Gosto da coisa miúda. Dos gestos miúdos e eficazes
repetidos no dia a dia. Alheia ao fato de serem amigos, conhecidos, ou a caixa
nova da padaria: falo o que penso.
(Talvez a forma possa mudar, dependendo do interlocutor, mas não o conteúdo.)
Meu campo de “batalha” é o quintal da minha casa.
“Abraço e punhalada a gente só dá em quem está perto.” Como sabiamente
disse Otto Lara Resende
É, pois, um educar cotidiano - e esperar a propagação do
exemplo.
Espaços reservados à palavra escrita sempre me colocam no âmbito do contemplativo. Acho a escrita morosa demais para o debate.
Gosto de política. Sou um ser social (embora nem sempre cumpra
isso ao pé da letra; sempre a alma de bicho-do-mato falando mais alto!), mas
minha maneira de colher e devolver-me ao mundo é por outro viés.
“não
me leve a mal pq é p seu bem”
Não levo não, Beltrana. Mesmo porque, como você me disse:
“(...) e sabe que vc junta uma
coisas beeem fodas? As pernocas tão gostosas e o pé te pago pra modelo”
(NOTA MINHA:
sou mulher, né, gente? Claro que eu ia deixar vazar um ctrlC ctrlV aqui!)
“A qualidade das fotos tá uma merda...
(NOTA
MINHA: e ela sabe o que está dizendo... Bem, qualquer um nota!)
...mas
são mto boas! tipo luz, ângulo, motivo (...)aí eu leio as paradas lá e ficou
meditando”
Bem, a Beltrana é uma
microempresária brasileira e, como todos os brasileiros - microempresários ou
não - está com os nervos a flor da pele com os desmandos nacionais.
Mas se ela
entra na minha página do FB e consegue alcançar ‘status meditativo’: ah, isso
me faz bem! (E ao marido e filhos dela também, diga-se de passagem.)
O que me entristece mesmo (PEC 215
inclusa) é que uma das maiores - uma das mais significativas e relevantes lutas
planetárias - não alcançou qualquer ibope no meu ‘ranking de curtidas’.
A AMAZÔNIA agoniza.
E nem a Beltrana, cidadã engajada,
ativa e contestadora – curtiu o meu post. #chatiada
Desculpe, Beltrana, e Betânias e
Fulanas e Ciclanos - não me levem a mal: é para o bem dos seus netos. Oxalá,
bisnetos.
OBS: Ah, Beltrana, quanto aos amores
platônicos... se são novos ou empoeirados? Conto pra você pessoalmente no dia
do evento:
MUTIRÃO PARA REFLORESTAMENTO - JUIZ
DE FORA
20 de setembro 2015
Que tal? (Convite extensivo ao maridão e os meninos!
E quem mais quiser e vier!)
Anhangá
2015
foto Adriana Barata
Anhangá
2015
foto Adriana Barata
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