há um olhar cansado
sobre os ombros dos olhos
do menino que aí dentro mora.
há uma desesperança
brotando feito mofo
no fundo dos teus olhos.
não,
o guerreiro não dorme
- mas está cansado...
julga que o fim se acerca
não obstante sua luta.
e sua reza.
sabe da ineficácia
dos remédios mais puros;
sabe que a força dos seus rituais
não reverterá suas angústias
- não mais.
por isso cheguei.
a ti fui mandada
dizer que
: nada é verdade!
é tudo uma fase
feito faz a lua.
(e, sim: às vezes, é escura)
mas teu jaguar,
meu herói
- permanece em vigília;
tua alma continua,
inalcançável.
só precisas de ar.
então eu trago o vento
num sopro diluído.
soprarei tua nunca
(que é onde fica a boca da alma)
e tu retornarás forte
aos campos de batalha.
é só o adolescente
que vai embora;
e já era hora.
o menino fica
: receberá as glórias.
e agora
deixe-me cuidar de ti.
(ponha a cabeça no meu colo
e eu entornarei paz na tua alma.
The Valkyrie's Vigil
(A vigília da valquíria, do pintor Edward Robert Hughes)
Nenhum comentário:
Postar um comentário